QUANDO ME DECEPCIONEI

  • Temas: Traição, real, decepção
  • Publicado em: 02/06/25
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  • Autoria: Tania32
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Faziam dois meses que Lucas foi embora, levando com ele não só o nosso caso intenso, mas também uma parte de mim que ele tocou fundo demais (sexualmente falando). E embora ele tenha me deixado — e eu juro que superei —, o que ficou foi esse vazio inquieto entre as pernas, essa fome que não dá trégua. Quando meu marido viajava, o silêncio da casa virava convite. Voltava a abrir o chat, como quem volta a procurar alguma parte de si em rostos estranhos.


Era madrugada. Eu, de camisola, já deitada, notebook no colo, a luz do abajur criando aquela penumbra quase cúmplice que parece segredar promessas. O som abafado do ar-condicionado, o lençol fresco, e aquela vibração sutil no corpo que a gente reconhece sozinha. O chat apareceu como sempre: despretensioso, anônimo, impessoal. Mas o nome dele me chamou atenção. Rodrigo_SP38. São Paulo, mineiro de origem — me contou depois. Publicitário, estava em Brasília por conta de um evento, hospedado no St Paul Plaza Hotel, ali no Setor Hoteleiro Sul. O que me pegou de verdade foi o ritmo da conversa. Ele escrevia devagar. Não era aquele papo automático de quem só quer tirar a roupa alheia. Era um jeito de quem escuta, mas conduz com precisão. Me senti conversando com alguém que sabe onde pisa, mas ainda assim, te convida a caminhar junto.


"Você é de Brasília mesmo?"


"Sou. Nascida e criada."


"E esse horário? Tá sem sono... ou só sem companhia?"


Ri sozinha. Aquele sotaque mineiro, que mesmo lido dava pra ouvir, vinha derretido, feito promessa ao pé do ouvido. Fui me soltando devagar, testando o terreno. Rodrigo tinha esse jeito de entrar sem bater, de ocupar espaço sem pesar. E isso me atrai. Começamos falando sobre amenidades — trabalho, viagens, preferências bobas — mas aos poucos ele foi deslizando para camadas mais... sensíveis. Falou que gostava de mulheres que se cuidam, que apreciava olhares que escondem histórias. Respondi com algo que era quase um suspiro:


“Olhar tímido demais às vezes é só disfarce pra pele inquieta...”


Ele demorou a responder. E eu gosto disso — de homem que digita, para, apaga, digita de novo. Imaginava os dedos dele sobre a tela, tentando dizer sem dizer demais. Não perguntei o que costumo perguntar e que me excitam: detalhes do corpo. Não queria saber o tamanho. Queria ser surpreendida. Sentir nas mãos, no encaixe, no choque. Rodrigo dizia que tinha mãos grandes, que era alto, que observava. Que preferia mulheres que o tirassem do eixo, ao invés daquelas que entregam tudo de bandeja. Fiquei em silêncio por um tempo, só absorvendo o efeito daquelas palavras no meu corpo. A expectativa molhando a calcinha sem toque algum, apenas pelo peso do desejo.


Ele comentou que o evento acabaria no dia seguinte, mas que ficaria mais um, à toa, na cidade. “Se quiser tomar um vinho no hotel, o quarto tem varanda. A vista noturna de Brasília é linda… mas nenhuma supera certas visões que tive aqui agora.” Deixei a mensagem ali, flutuando no tempo, por uns minutos. Só pra ele sentir a tensão crescer. Depois respondi:


“A vista eu gosto de ver de perto. Mas o que me interessa mesmo... é o que você esconde...”


Vieram três emojis: olhos arregalados, riso, fogo. Mas eu ainda assim não perguntei. Porque, às vezes, o escuro guarda mais tesão que a luz.


Na noite seguinte, eu estava lá. No saguão. Sentindo a tensão subir entre as pernas, deixando os olhares dos outros se tornarem ruído de fundo. Usei uma saia preta justa, camisa branca sem sutiã, perfume escorrendo do pescoço até os seios. Queria que ele sentisse meu cheiro antes do toque. Queria ser lembrança antes de virar pele.


No décimo primeiro andar, ele me esperava. Quando a porta abriu, sorriu. Camisa social cinza entreaberta, jeans escuro, barba aparada. Bonito. Mais bonito ao vivo. A voz dele, num "boa noite" arrastado, quase afago. Entramos. O quarto? Vinho já servido, varanda com vista, cama feita. Mas a tensão, essa sim, nos aguardava.


O primeiro gole foi rápido, o segundo mal aconteceu. Quando ele encostou os dedos na minha cintura, eu já sabia: ele sentia tanto quanto eu. O beijo veio quente. Mãos grandes, prometidas, deslizando com firmeza. O pau dele, duro sob a calça, pressionando minha barriga. Eu queria. Estava pronta. Até que ele desabotoou, e eu tirei para fora.


Foi aí que... algo desafinou. Não era pequeno. Mas fino. Notavelmente fino. Quase esguio demais pra preencher. As mãos grandes enganavam. A voz grave iludia. Eu segurei o susto, disfarcei. Continuei. Mas lá no fundo... senti.


Ainda assim, fui. Porque estava ali e porque, em algum nível, a frustração também me excitava. Ela me dava controle, me fazia querer virar o jogo. Talvez ele compensasse com a boca, com os dedos, com entrega.


Mas não. A pressa dele tropeçava em cada movimento. Beijava apressado, dentes raspando. Tentou me despir, mas os botões viraram enigma. Mãos trêmulas, desajeitadas. Eu respirei fundo, tomei o controle, abri a blusa devagar, olhei nos olhos dele, deixei os seios surgirem. A boca dele se abriu, faminta, mas perdida.


E então ele ficou nu. O pau já ereto se destacava, apontando direto, pulsando. Mas não era o que eu esperava. Não era o tamanho — era a finura. Aquilo não me intimidava. Não me preenchia... ou, talvez, ainda não soubesse se preencheria. Respirei, não fiz cara nenhuma. Estava quente, o quarto cheirava a nós dois e eu quis dar uma chance.


Desci pelo corpo dele, e comecei a chupar, devagar, saboreando aos poucos, e senti ele enlouquecer. Em pouco tempo me pediu para parar.


Peguei a camisinha, sentindo a umidade entre minhas coxas. Ele me olhava com olhos famintos, quase inseguros, e isso me dava um certo poder. Rasguei a embalagem com cuidado, desenrolei sobre ele com uma delicadeza proposital, como quem diz "vai, me mostra". Ainda podia funcionar, o corpo sabe encontrar caminhos.


Subi devagar. Encaixei com cuidado, sentindo o toque quase imperceptível, esperando um estalo, um encaixe, algo que me puxasse. Era... pouco. Mas não impossível. Talvez com o ritmo certo. Talvez ele se guiasse pelo meu corpo. Talvez me escutasse.


Meu quadril se moveu lento, quase dançando. Senti a musculatura dele retesar sob minhas coxas, os dedos procurando minha cintura. Ele não parecia seguro, mas havia entrega, havia desejo. E isso podia ser o suficiente.


O movimento foi ganhando fluidez. Eu molhada, ele tentando acompanhar.


Pensei: "vai pegar no tranco."


Mas então... ele gemeu. Curto, abafado. Um som contido demais para o momento. Quase constrangido.


E antes que eu pudesse reagir —

alguns poucos movimentos —

ele mordeu os lábios, o corpo tremeu, os olhos fecharam —

e gozou.

Dentro.

Rápido.

Molhado.

Acabou.


Fiquei ali em cima, sentindo o corpo dele murchar. O silêncio invadindo o quarto. A camisinha escorregando devagar, ele, vermelho, olhos vidrados no teto. Tentou brincar, aliviar.


— Foi mal... você é muito linda e gostosa como nunca vi na vida.


Olhei de lado, quieta, nenhum sorriso, nenhum fingimento. Só um silêncio atento, esperando que ele dissesse algo, fizesse algo, pegasse no ritmo de novo.


— Você ainda tem boca, né? Minha voz saiu baixa, sem ironia. Era quase um convite.


Levei a mão entre as pernas. Não para comandar — mas para lembrar a ele onde estávamos. Quase um pedido, que ele entendeu. Se aproximou, se inclinou. Tocou com cuidado, tentou com a língua. Mas faltava... coordenação. O gesto era bem-intencionado, mas disperso. Subia demais, como quem procura no escuro sem saber o que procura. O desejo estava lá, no jeito que respirava, no esforço. Mas era como se não soubesse onde colocar aquilo.


Segurei-o então, deitei ele ao meu lado. Aproximei meu corpo, deslizei uma perna por cima com cuidado, invertendo a posição até que minha buceta ficasse sobre sua boca, e o pau dele ao alcance da minha. Um 69 lento, envolvente — íntimo. Era o tipo de posição que dizia: "estamos juntos nisso." Sem fala, só pele. Me debrucei sobre ele, peguei o pau com uma mão, senti o danado ainda incerto, mas quente, pelo menos vivo. Beijei a ponta, depois mais fundo. Chupei com foco, com intenção, o gosto do gozo e da camisinha ainda presente..


O desejo dele era palpável, quase desesperado. Mas e língua não encontrava direção. Eu movia o quadril devagar, tentava guiar com o corpo, com os sons baixos que escapavam da minha garganta.


Ainda assim, faltava... foco.


Enquanto isso, o pau reagia. Devagar. Meu toque, minha boca, pareciam puxar vida de volta. Ele endureceu um pouco, gemeu contra mim, mãos em minhas coxas, mas era tênue, incerto. Como uma promessa que não sabe se vai se cumprir.


Voltou à semi-ereção. E ficou ali.


Deitei de lado, ofereci por trás. Não por submissão — mas como quem ainda acredita que um outro ângulo pode acender o que falta. Ele tentou. Sem camisinha, dessa vez. A mão firme no meu quadril, a respiração no meu pescoço.


Mas o pau... dobrou. Mole. Sem força.


Ele tentou por alguns instantes, depois ficou parado por um momento. Lentamente, encostou a testa nas minhas costas. Um gesto mudo. Não havia raiva, nem desculpa. Só frustração. Um homem sem chão. Um desejo sem direção. E eu, ali, ainda quente, ainda querendo.


— Eu...


— Não fala.


E ele calou. Tentou se explicar depois. Disse que travou, que quis agradar demais.


Sentei, olhei pra ele.


— O que eu queria era presença. Não performance.


Ele tentou pedir uma segunda chance. Um recomeço. Fui ao banheiro. Me lavei. Fria. Frustrada. Me olhei. Estava ali. Linda. Quente ainda. Mas incompleta.


Voltei. Ele estava sentado, ombros baixos.


— Tá tudo bem?


— Claro que tá.


Vesti a calcinha, depois a saia. Sorri de canto. Elegante, ainda que vazia.


— Acontece, Rodrigo. Mais do que você imagina.


Ele tentou juntar a roupa. Disse que queria que tivesse sido diferente.


— Eu também. Mas você é doce. Só precisa parar de tentar ser mais do que é, e sentir o que está aqui, agora.


Beijei sua boca. Saí. O corredor vazio, a luz amarelada, os passos no carpete. Meu corpo ainda querendo, mas minha dignidade, essa, intacta.


(Quer saber mais de mim? Leia meu primeiro texto. Os outros seguem em ordem cronológica. Beijos.)


*Publicado por Tania32 no site climaxcontoseroticos.com em 02/06/25. É estritamente proibida a cópia, raspagem ou qualquer forma de extração não autorizada de conteúdo deste site.


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