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Billy e Flor: inesquecí­veis

  • Conto erótico de fantasia (+18)

  • Publicado em: 01/07/18
  • Leituras: 1022
  • Autoria: pac
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Sempre tive desejo de praticar inversão. Com minha mulher é impensável. O máximo que ela faz é roçar de leve e rápido os dedos em meu cuzinho, ocasião em que eu gemo, me arreganho, o contraio e relaxo, como mandando desesperada mensagem de náufrago em código Morse para que entenda minha súplica pela penetração. Mas outros sinais deixam claro que há uma imensa barreira entre nós, intransponí­vel: ela nunca consumou um boquete em mim, não conhece o gosto doce de meu leitinho, não deixa eu praticar beijo grego nela, nem que eu introduza, no quente das preliminares, meus dedos em sua buceta. Enfim, é muito conservadora na cama, o oposto de mim que procuro incansavelmente, como antigo alquimista, novas fórmulas para manter viva a fogueira do sexo.


Como válvula de escape, lia em sites e portais eróticos os afortunados relatos das experiências alheias, imaginando que os outros, e somente os outros, são e serão sempre agraciados. Nunca imaginei para mim tal aventura. O máximo de proximidade com essa experiência era me pôr na cama diante do espelho com algum simulador de pica (não há consolo em casa), cair de quatro sobre o colchão e imaginar que alguma formosa mulher com um Strapon me fazia esse favor. Depois de muita excitação, o gozo, arrancando-me urros, trazia-me à realidade de que era eu mesmo que me saciava. Batia-me o desespero que levava para longe, como os ventos de uma tempestade, a benéfica fada que transformaria com sua mágica meus sonhos em realidade.


Nunca imaginei entrar em contato com os personagens dessas aventuras e propor um encontro. Acreditava que a maioria dos casos era invencionice de quem dispunha da habilidade para juntar palavras e compor belas histórias com final feliz. Certo dia uma centelha iluminou meu cérebro com a esperança de que poderia ser possí­vel também para mim depois que li o conto Minha Putinha, de Flor de Lótus, aqui no Clí­max Contos Eróticos. A força da narrativa transparecia pessoas de carne e osso por trás dos relatos, com experiências verdadeiras, com amor incondicional para dar, jogando preconceitos e tabus para o alto, e que eram não apenas fruto da imaginação. Vacilei diante do teclado, mas pensando no prazer que poderia ter, criei coragem e mandei uma mensagem. Queria também um encontro, queria uma inversão com ela. Queria ocupar o lugar do í‚ngelo. Não que eu fosse egoí­sta; outros, ou ele mesmo, teriam novas oportunidades com Flor de Lótus. E com ganhos, a experiência no amor aprimora, e nossa interação sem dúvida nos acrescentaria habilidades. A minha ansiedade por uma resposta, expressa nas incontáveis vezes em que visitei a caixa de mensagens durante o dia, só tinha par nos explosivos orgasmos enquanto imaginava-me submisso a ela.


Foi quase uma surpresa a resposta concorde. Para não a decepcionar, era obrigação minha preparar-me à altura. Havia dito a ela na mensagem que meu sonho era a prática da inversão com certa dose de heterodoxia. Ou seja, não me contentava em subjugar-me como um macho, queria exercer papel mais próximo do feminino, desejava usar lingerie, traje completo com espartilho, cinta-liga e meias. Se isso fosse demais para ela, desconsiderasse minha ousadia. A resposta foi firme, de alguém com costume de tratar sem qualquer preconceito os diferentes desejos sexuais do ser humano. Ela riu na mensagem, não um riso de desdém, mas descontraí­do de quem considera: vem cá, menino, quero só poder te contentar! E fez uma ressalva: meu perfil diz tudo: "Gosto de dar e receber tudo que tiver que ser ofertado. Sem pudores, sem vergonha e sem juí­zo". E concluiu para não deixar margem à dúvida: "seu conto "Inauguração" me deixou com muito tesão de te possuir. Tudo em você me excitou".


Ah, foi maravilhoso. Depressa me pus a depilar os poucos pelos que tinha no corpo. A desesperança do casamento modorrento me impusera um relaxo sem igual com o corpo que pensei ser irreparável, tentasse o que tentasse, para uma ocasião especial surgida de repente. Mas afinal essa lamentação nada mais era que o rigor comigo mesmo falando alto. Sempre me mantive em atividade fí­sica definindo o corpo delgado com pernas fortes e bumbum duro. A quase ausência de pelos o colocava num limiar difí­cil de diagnosticar se era masculino ou feminino. Qualquer esforço no sentido de um dos gêneros o deixaria como se pertencesse a ele. E esforcei-me. O pentelho foi aparado severamente sobrevivendo um fino cavanhaque, quase rente à pele alva ali vedada à luz. O bumbum perdeu as poucas penugens do reguinho e o cuzinho foi habilmente depilado. Os poucos pelos das coxas sumiram. Os restantes nas canelas, tronco e antebraços foram disfarçados com meias, espartilho e luvas. Quase explodi num orgasmo involuntário diante do espelho. Imaginei de pronto o quanto iria rebolar e gemer na pica da Flor de Lótus.


Encontramo-nos em um barzinho. Sou mais dado a cometer loucuras sóbrio, estudando acuradamente as reações e os movimentos do parceiro a fim de potencializar suas sensações e, por extensão, seu orgasmo. Por isso, por tratar o sexo como um jogo amoroso que envolve os cinco habituais sentidos com o objetivo de fazer o corpo atingir o Nirvana, ou seja, um vibrante orgasmo, sempre tomei o álcool como um obstáculo em busca dessa essência. Cabe a ressalva que outras pessoas podem tê-lo como aliado, porque ainda bem que não somos iguais. Conclusão: não tomei álcool, preferi suco de laranja enquanto trocávamos impressões para dissipar minha apreensão. Ao contrário de mim, ela estava bem, falante e descontraí­da. Registrei que era uma mulher segura com domí­nio pleno da arte com que satisfazia homens que procuravam a inversão. Estávamos ali para isso, portanto, habilmente nem tocou no assunto. Era chover no molhado. A penumbra e a música alta perturbavam mais a mim que a ela, mas via-as como minhas aliadas para disfarçar o nervosismo. A toda hora eu dizia: oi, não entendi. E ela, com a boca de lábios carnudos, o batom parecendo ter brilho na obscuridade, e tendo certeza que o que mais me incomodava era meu nervosismo e não a penumbra nem a música alta, repetia tudo com a dedicação de uma professora.


Eu estava completamente à mercê dela. A toda hora martelava uma pergunta em minha cabeça: quando vamos para o motel? No momento exato ela decidiu. Disse suave e docemente, movendo levemente para a direita a cabeça de longos e escorridos cabelos escuros: vamos? Minhas pernas tremeram. Ela se levantou para me incentivar e caminhou para acertar a conta no caixa. Segui-a. A curva de suas costas sobre as nádegas era acentuada, ressaltando o grande e bem desenhado bumbum. As pernas grossas, malhadas, eram pilares que a saia cobria só até acima dos joelhos. Mas eu não era o caçador ali, era a caça. Do caixa em diante fomos até o carro dela de mãos dadas. A dela firme, guiando-me na noite; a minha tensa, suando abundantemente. Nenhuma palavra dela sobre isso. Ou era educada, ou muito competente para saber que iniciantes se portavam assim. E que qualquer observação nesse sentido podia torná-lo mais acanhado.


Falamos de música, de gostos comuns ou trivialidades que incomodavam. Aos poucos sua conversa e sua habilidade me foram relaxando. A ponto de quando estacionarmos na porta do motel esperando a liberação do quarto, parecermos velhos conhecidos. Quando entramos na garagem e baixamos o toldo, ela voltou a pegar-me pela mão, olhou com seus tranquilos e profundos olhos escuros bem dentro dos meus incautos e inquietos, dizendo com voz que trazia a firmeza de quem era senhora daquele momento: vou fazer você gozar como uma putinha. Vai ser maravilhoso, você vai ver. Timidamente, eu disse: é o que mais quero.


O amplo espaço do motel era um convite à sedução. Ali nenhum desejo deixaria de ser realizado, nenhuma tentação poderia ser reprimida. Apesar de tudo isso, a maior delas estava diante de mim, Flor de Lótus. Quando me voltei para ela, depois de inspecionar o recinto, me olhava e então disse numa quase ordem que vinha revestida de candura: vai se montar pra mim, vai!


Quando voltei do banheiro prontinho, Flor de Lótus estava deitada na cama, o corpo encostado à cabeceira, o Strapon no lugar, o pênis roxo apontando em minha direção. Tinha fornidas ancas que se encaixariam perfeitamente em meu redondo bumbum. Arregalei os olhos num misto de surpresa e desejo, que ela percebeu bem e chamou-me movimentando o dedo em gancho. Foi como se um fio mágico atado ao meu pescoço me arrastasse até ela. Uma vez mais pegou minha mão, agasalhou-me em seu colo enquanto sussurrava em meu ouvido: é a putinha mais linda que vejo de lingerie. Em seguida, vibrou uma sonora palmada em meu bumbum que a posição no colo dela arrebitava fazendo parecer maior. Sem mais qualquer reserva, sem mais receio de que eu me acanhasse, jogou o jogo da inversão. Tornou-se subitamente dominadora, de seu colo lançou-me de quatro na cama. Pareci um boneco entregue a seus caprichos. Adequou-me bem à posição que queria, pressionou com a mão minhas costas acima dos rins para que eu selasse, arreganhando o bumbum. Nem um pio de reclamação em mim, os gemidos eram de prazer incontido. Eu só tinha domí­nio sobre o movimento dos olhos que se alternavam do grande pênis roxo ao rosto dela. E essa transição me deixava ainda mais excitado. Havia muito tesão em sua face, vez por outra sua lí­ngua umedecia os lábios, prelibando o que iria degustar; suas pupilas dilatavam-se e contraí­am-se conforme mapeava com os dedos o meu corpo exânime. Então depois de longa preparação que deixou meu pênis coadjuvante murcho prisioneiro da tanguinha de lycra, mas babando abundantemente nela, Flor de Lótus atacou meu ponto nevrálgico: o cuzinho. Há minutos ele reclamava atenção. Eu não tinha mais controle sobre suas pulsações. Por mais que tentasse mantê-lo no mesmo compasso do restante do corpo - talvez ridí­culo dizer isso, pois ela descompensara todo ele -, se insurgia. Como ator principal daquela cena erótica, reclamava atenção. E ela deu. Que ele entendesse que as preliminares eram para prepará-lo para brilhar na apoteose. Vexame de neófilo. Afastou de lado num safanão a tanguinha e liberou o acesso a ele. Rosadinho, piscava para Flor de Lótus com a velocidade de um pulsar no universo. Quando ela o roçou com o dedo lubrificado, senti que seria impossí­vel reprimir o orgasmo. O meu urro prolongado foi a senha que a fez entender o que estava chegando. Imediatamente, sem dizer qualquer palavra, mas com o conhecimento exato de outras situações, enfiou deliciosamente o dedo indicador inteiro. Para uma mulher, era bem grosso. Senti a invasão arrancar-me arrepios e o pênis coadjuvante impulsionar para fora o tributo que o corpo pagava ao orgasmo. Ela deu apenas uma palmadinha em meu bumbum que vibrava em espasmos descontrolados e animou-me: é apenas o primeiro de muitos.


E foi mesmo. O segundo orgasmo atingi sendo comido como um franguinho assado. Com os braços, ela segurou minhas pernas bem abertas, e foi entrando sem pedir qualquer autorização. Senti os 18 centí­metros de seu brinquedinho tocar-me a alma. O vaivém ritmado e as obscenidades que ela murmurava em meu ouvido apressaram o êxtase. Chamava-me de sua cadelinha predileta ou dizia você dá o rabinho com gosto. A tudo eu apenas soluçava, sim, sim.


Aos poucos, ela foi arrancando peça a peça do meu traje erótico. E loucos de desejo nossos corpos febris rilharam pele nua sobre pele nua.


Depois do terceiro orgasmo, perdi a conta. Também não sei mais dizer em quais posições ela me enrabou. Sei que foram incontáveis. Talvez Flor de Lótus, metódica, quente, tão radiante quanto um sol estival, profunda, invasiva sem ser desconfortável, saiba dizer. Eu apenas, alucinado, visitei, levado por suas mãos e tocado por seu pênis roxo, mundos paralelos que me fazem compreender que são possí­veis tantas dimensões quantas nossos desejos realizados são capazes de fazerem existir.




Bom Buenabom








*Publicado por pac no site climaxcontoseroticos.com em 01/07/18.


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