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Prazer e culpa

  • Conto erótico de hetero (+18)

  • Publicado em: 29/04/15
  • Leituras: 9139
  • Autoria: Iaiá
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Há dias que ele nem me tocava. Um elogio, um cafuné ou um abraço era considerado artigo de luxo. Beijo então, nem se fala. No máximo um "vou chegar mais tarde hoje!", nem um "bom dia cachorra ou tudo bem com você diarista?" porque é assim que tenho me sentido com sua frieza e afastamento.

Estamos casados há sete anos e já virei o Google de cabo a rabo pesquisando sobre a tão temida crise que parece atingir os casais neste mesmo perí­odo, porém nenhum resultado me satisfez como mulher, como amante, como alguém que deseja atenção e uma boa sessão de sexo gostoso como nos velhos tempos! Poxa, era tão bom... duvido que ele tenha esquecido o que vivemos, todas as aventuras e gozadas maravilhosas que dividimos em pouco mais de quatro anos de namoro; a menos que tenha outra na jogada...

Apesar de carregar uma aliança bem grande em meu anelar esquerdo as ofertas de machos sedentos por uma carne nova nunca cessam. No supermercado, na academia, no estacionamento, na fila do banco e, pasmem, até na igreja! Entre piscadas, acenadas e bilhetinhos com números de telefone conheci Daniel, o único que chamou minha atenção pelos olhares de desejo reprimidos pelo respeito - eu acho - a meu marido. Dez anos mais jovem, vários quilos a mais, mãos grandes e grossas, cavanhaque, camisa aberta até o meio do peito deixando alguns pelos a mostra... tudo isso ebulindo de malí­cia e tesão.

Por ser entregador da quitanda do bairro, semanalmente visita nosso apartamento e dispara silenciosamente segundas, terceiras e até quartas intenções, mas sempre me mantive no lugar, centrada, para evitar problemas para ambos. Ao contrário de mim ele não é casado, - mas por ser solteiro e pelos olhares que dispara deve levar uma vida sem graça igual ou até pior que a minha - porém um envolvimento certamente prejudicaria sua vida profissional, além de terminar de desgraçar a minha conjugal - se é que isso é possí­vel né? Porém, naquela semana de loucura e vontades incontroláveis, quando nem uma boa caixa de chocolates nos satisfaz, cedi ao meu desejo e tive uma tarde que jamais sairá de minha memória.

Daniel sabe que toda quarta é dia de vir até minha casa, porém naquela semana fiz questão de fazer a feira na quinta, pois é o dia que meu marido costuma "chegar tarde". Também troquei o perí­odo das compras, sabia que devido ao horário que saí­ da quitanda elas não seriam entregues pela manhã - como de costume - e sim após o almoço. Tudo bem arquitetado.

Ele tocou a campainha e um arrepio tomou conta do meu corpo inteiro enquanto o medo de ser flagrada fazendo algo errado insistia em perturbar meu estômago com uma sensação de frio e dor ao mesmo tempo. Fiz questão de atender a porta vestida com aquela roupa agarrada que costumamos usar em academia e a cara do Daniel, ao ver todas as curvas de meu corpo realçadas pela malha agarradinha, foi suficiente para eu perceber o volume em sua calça tomando vida própria.

- Boa tarde dona Irene, as suas frutas.

Até aqui eu havia planejado cada passo e cada palavra que diria, só não havia imaginado o que aconteceria em seguida, afinal tinha certeza que desistiria deste plano, pegaria as sacolas, pagaria o rapaz e me despediria como sempre, mas felizmente, pela primeira vez em minha vida, confiei em mim e...

- Pode colocar tudo em cima da mesa.

- Ontem eu esperei pela senhora a manhã toda.

- Pois é, tive uns probleminhas no... no... - devido ao disparo do meu coração me deu um branco e não sabia o que dizer sobre o dia anterior. Neste momento achei que fosse desistir de tudo, como sempre.

- Tudo bem com o senhor Esteves? Faz dias que não o vejo.

- Ele tem trabalhado muito, aliás, terminou o almoço e saiu não faz meia hora.

- Ser empresário não é mole não. Ele deve viver rodeado de bacanas importantes, papeladas, preocupações e reuniões que duram até tarde da noite.

- Praticamente isso, aliás hoje é um dia que ele volta tarde.

A deixa para o consumo do ato proibido havia sido disparada e respondida à altura. Até este momento havia disparado seus olhares de desejo um milhão de vezes. Era ní­tido que seus olhos percorriam todo corpo e repousavam em meu decote.

- A senhora arruma aquele copo d嫇gua, fazendo um favor?

- Você não prefere suco natural, acabei de fazer para o almoço?

Entreguei-lhe o copo e dei de costas para pegar a jarra que propositalmente estava na parte debaixo da geladeira e foi impossí­vel não notar que aquela visão tirou o cara do sério. A forma como ele pegou no volume de sua calça demonstrou que não conseguiria esconder mais sua excitação. Percebi que meu corpo o acompanhava e meus peitos já estavam evidentes sob a blusinha. A dor no estômago e o calor aumentavam rapidamente e eu sabia que a partir dali não haveria mais volta - graças a Deus!!!

- Lá fora está um calor desumano, bebe mais um pouco? - ele estendeu o copo e acabei "derramando" o resto do suco em sua camisa; nada mais clichê e provocante.

- Oh meu Deus, como sou desastrada. Tire a camisa Daniel, vou secá-la em um instante. Sem titubear desabotoou lentamente os últimos botões enquanto meu encarava. Entregou-me a camisa e assim que dei de costas senti um puxão que me trouxe até seu peito onde pude ouvir sua respiração ofegante e sentir seu membro rí­gido pulsando na mesma batida de nossos corações.

- A patroa me perdoe, mas não consigo mais resistir!

Virou e me colocou de costas debruçada sob a mesa. Naquele momento não existia mais Esteves, nem vizinha, nem câmeras de segurança, nem meus pais, nem preocupação com o depois, o ontem, o amanhã, a minha vida, nem ninguém para me julgar e me fazer culpada, somente nossos corpos quentes e pulsantes em busca de prazer.

Baixou minha calça e senti que baixou a dele também. Por um momento achei que fosse me penetrar e satisfazer-se como meu marido ultimamente vinha fazendo, mas para minha surpresa deu-me um tapa com sua mão grossa e pesada que ao invés de resultar em dor me deixou mais excitada ainda. Nunca alguém havia me batido - que pena! "“, jamais pensei que pudesse ser tão prazeroso. Imediatamente movida pela excitação pedi que me comesse - pasmem, com estas palavras mesmo! - mas ele estava a fim de provocar, de me levar às alturas.

Em questão de segundos senti sua lí­ngua quente percorrendo minhas costas até atingir a minha bunda. Enquanto apertava os dois montes do prazer cada vez mais com força, investigava e percorria com sua lí­ngua todo o meu ânus, arrancando tremores e gemidos a tempo não sentidos.

- O que estamos fazendo? - disse sem pensar, sem controle algum sobre meu corpo, minha fala, meus atos.

- O que desejamos a muito tempo!

E virou-me. Ergueu minhas pernas colocando-me em cima da mesa e passou a investir em minha vagina. Cara, ele sabia usar a lí­ngua como ninguém! Cada movimento brusco, misturado com suavidade e firmeza me fizeram fechar os olhos e me entregar para aquele momento. Suas mãos subiram por dentro de minha blusa e tocaram meus seios com uma aspereza que proporcionava um arrepio maravilhoso. Minha boca começou a salivar... "Meu Deus, o que está acontecendo comigo, com meu corpo que nunca senti isso antes?", disse em voz alta, em pleno delí­rio do prazer, e a resposta veio imediatamente: "Espere até sentir isso!"

- Ahhhh!!!

Penetrou-me de uma vez. Perdi o fôlego e segurei na lateral da mesa com força enquanto sentia todo seu membro dentro de mim. Minhas pernas cruzaram-se imediatamente em suas costas e o trouxeram para perto, num í­mpeto como se dissesse "deixa eu sentir você e a intensidade do seu desejo", e cada pulsada de seu pênis fazia minha barriga contrair.

- Você está gozando? - me perguntou com uma cara de safado.

- Ainda não.

- Está preparada?

Segurou minhas mãos acima de minha cabeça e meteu a boca grande e quente em meus seios me deixando louca. Não era mais preciso esforço algum para arrancar-me gemidos, bastavam várias mordiscadas de diferentes intensidades. Ele sabia que estava a ponto de bala e a qualquer momento gozaria, mas para me provocar ainda mais, enquanto chupava meus seios pressionava seu pau em meu clitóris fazendo com que, pela primeira vez, meus olhos realmente se virassem de tesão.

- Não aguento mais, vou gozar!

E mal acabei de falar e ele me colocou de quatro, totalmente vulnerável e entregue. Agarrou em meus cabelos, aproximou-se de meu ouvido e sussurrou "Goze para mim agora!" e enquanto acariciava meus seios socou seu pau profundamente me levando literalmente as alturas e me obrigando a saltar sem paraquedas. Estava em pleno voo livre, despencando em alta velocidade rumo ao prazer total e mesmo sabendo que rapidamente chegaria ao solo pedi que não parasse, não naquele momento, e as borboletas saí­ram de seu casulo e tomaram conta de minha barriga se movendo rapidamente em várias direções até que novamente perdi o fôlego e meu corpo amoleceu. Lembro-me apenas de ouvi-lo gemer alto e em seguida senti seu lí­quido quente escorrendo pelas minhas pernas.

- Me perdoe patroa, jamais deverí­amos ter feito isso.

Eu escutava, mas parecia não compreender suas palavras. Lembro-me apenas dele vestindo a roupa rapidamente e se desculpando incessantemente e enquanto me recompunha e subia minha calça Daniel foi em direção à sala e desapareceu.

Demorei algumas horas para digerir o que havia acontecido. Foi rápido, intenso e prazeroso demais. Tentei puxar em minha memória algo parecido, mas não vinha nada, nada mesmo. Só sei que nosso encontro foi tão intenso e que as doses de adrenalina e prazer liberadas foram tantas que até o sentimento de culpa tardou a aparecer, optando pelo dia seguinte permitindo que eu curtisse por mais algumas horas aquelas lembranças até anoitecer e eu poder dormir o sono dos anjos, gozados, porém anjos.


FIM

*Publicado por Iaiá no site climaxcontoseroticos.com em 29/04/15.


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