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A Mulé do Bule

  • Conto erótico de hetero (+18)

  • Publicado em: 25/04/15
  • Leituras: 3031
  • Autoria: Mascarado-69
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Quando Juraci casou com Enaura, já havia rumores sobre a morte dos seus dois primeiros maridos...

Encantado com a jovem viúva, de silhueta estonteante, curvas majestosas, nem deu importância à boataria. Em sua casa paterna, comentavam que ela era introspectiva, taciturna e calada. Estranha mesmo. Ele rebatia que era inveja, finalmente, o patinho feio tinha fisgado uma sereia.

Uma vida voltada aos estudos, à carreira no magistrado, cerceado de todo o resto, por compenetração potencializada pela timidez. Sempre teve dificuldades de se relacionar com as pessoas, e muita falta de jeito para cortejar garotas. Então, no evento de formatura da irmã caçula, é subitamente apresentado à bela recém-viúva.

A orquestra os surpreendeu no salão lotado, convidando-os, em onda automática de casais, a dançarem uma valsa interminável. O vestido e o perfume vaporoso faziam Juraci entrar em um transe de pânico, queria dizer algo inteligente, contudo, travava, ela também não iniciava nenhuma conversa, mas as músicas lentas se sucediam, apesar do suave descompasso, sem que a dama largasse o par, pelo contrário, apertava-o com força desfalecente. Logo, estavam sob uma "inócua" chuva de arroz.

Ela o convenceu que era o amor de sua vida ao final do primeiro encontro, mal ele parou o carro diante de sua casa, Enaura atacou sua genitália sem pudores, chupou tão violentamente que Juraci, de rarí­ssimas experiências sexuais, sem ação, urrou!


- Aahhhhhh!!!


Morto de vergonha por ejacular rapidamente, feito um principiante, na boca de sua namorada, ouviu-a falar com firmeza:


- Não pense que sou dessas! Só fiz isto porque sei das suas sérias intenções comigo e não volte sem um buquê de flores - Disse saindo do carro sem olhar para trás e lambendo os lábios.


Foi no noivado relâmpago, que alguém falou sobre os falecidos maridos terem padecido de doenças auriculares. O assunto não desenvolveu muito, apesar de lendas urbanas tomarem corpo na vizinhança. Enaura era descendente de ingleses por parte de pai, sendo muito afeita aos chás. Quando estava preparando, transportando ou degustando suas refinadas e esfumaçantes bebidas, não existia mais nada no mundo. Era um ritual de névoas e odores, por onde se via a camisola rendada, os cabelos revoltos, os lábios rubros e as unhas longas descortinando, em elegantes passos decotados, corredores e cômodos à luz de abajur, tudo muito silenciosamente.


- Olha a água quente no "zuvido"! - gritava a molecada do bairro, de forma meio inteligí­vel, ao passar do carro com o casal de noivos.


No iní­cio, o modo distante de ser da esposa agradou, por não comprometer os trabalhos e as pesquisas com atenções conjugais desnecessárias. A lua de mel curta, mas um tanto assustadora pelo vigor dos movimentos de Enaura sob os lençóis. Temia não acompanhar a volúpia da esposa, que subia nele literalmente pra trepar, ralando sua pele fina e sensí­vel em um afiado bigode pubiano. Atacou o marido por duas semanas, sugando tudo dele, depois se afastou, mudando o temperamento. Mas, as manias ritualí­sticas foram se tornando robustas demais, apesar de liquefeitas e gasosas.

Juraci começou a ficar com medo deste comportamento. Primeiro, tentou participar dos chás, mas a esposa se desconectava, deixando-o constrangido. Perguntou sobre as mortes, Enaura disse que não gostava de falar sobre o assunto, e, saiu com ar de ofendida.

Naquela mesma noite, teve um sonho assustador: os finados maridos vinham alertar que ela era uma assassina, e que agora, não demorava muito, para ele ser vitimado da mesma forma: assado pelo orifí­cio auditivo. Mas antes, ela esgotava suas ví­timas através do sexo. Sim! Muito sexo... E no sonho infindável, Juraci pôde ver sua mulher amando os ex-maridos, ao mesmo tempo, com gula assustadora: ela soprava com estilo de encantamento pênis amestrados, esticava-os, modelava-os, maximizava-os, abocanhava-os como uma feiticeira - desaparecendo totalmente com os membros dos pálidos primeiro e segundo falecidos, de repente, em estremecimento, os paus ressurgiam já em erupção, vibravam como canhões e expeliam suas almas lí­quidas enchendo xí­caras adornadas por tramas de aranha rabuda. Depois, ela cavalgava nos moribundos com seu busto cinematográfico nu, em suas últimas corridas, os garanhões desfalecentes, tossiam sem ar, um por cima do outro, e vice-versa, todos por baixo da cruel amazonas, esporando-os com saltos pontiagudos em derradeiros galopes, sôfregos, esvaí­dos de prazer, mórbido, em deliciosos momentos fatais, num sobe-desce macabro de suores finais, marcantes instantes livres de futuro.

Acordou esbaforido, empapado de suor. Procurou Enaura, mas ainda chateada, tinha dormido no quarto de visitas.


- Quem desligou o ar? Isto foi um pesadelo tremendo! Fruto destas fofocas despeitadas...


Na noite seguinte, relutou em dormir desgostoso com a experiência anterior, adiantando a leitura de processos judiciais, entretanto, não tardou para a monotonia do texto desabar as pálpebras reticentes. Dentro do delicado terreno do entre sono, percebeu, distantemente, passos em aproximação. Na antessala, a misteriosa mulher de Juraci submergia, em pêndulos, perfuradas esferas metálicas no bule, aromatizando a água fervente, e seguindo em direção ao quarto. O cascudo som dos saltos no piso de tablado encerado fez oscilar o coração do cochilante marido.


- Acorda, Juraci! Olha a chaleira fervendo nos ouvidos...

*Publicado por Mascarado-69 no site climaxcontoseroticos.com em 25/04/15.


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