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Um cigarro e um livro

  • Conto erótico de romance (+18)

  • Publicado em: 27/01/16
  • Leituras: 1684
  • Autoria: Daniel_Portugal
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Encontrava-me atraí­do pelo cheiro que a ponta do cigarro emanava pelo ar. Entre uma e outra baforada convidativa, ali estava ela. Uma saia preta protegia-lhe as pernas até aos joelhos, uns collants completavam a silhueta das pernas até aos seus delicados dedos; umas sabrinas com relevos discretos e aleatórios davam-lhe o conforto desejado quando caminhava. De contornos frágeis, o seu cabelo cor de mel descia-lhe suavemente pelas costas, terminando num doce bailado ao sabor da brisa que se fazia sentir. Uma blusa de cetim cor de petróleo completava a sua vestimenta, onde o peito reinava num decote em "V", atraí­ndo para a armadilha os olhares mias vulneráveis. O meu foi apanhado pelos olhos cor de bola nº 8 num "relvado" campo de snooker. Um ligeiro carreiro de sardas parecia caminhar por cima do nariz, de um olho para o outro. Nos finos lábios de porcelana, lá estava ele, o cigarro que inicialmente me atordoava.


O céu era um mar de pipocas de onde emergiam os raios de sol num final de dia em festas de Sto. António.


Junto de nós, duas testemunhas; o coreto que me outros tempos dava vida àquele local, e um livro nas minhas mãos, tão fiel companheiro quando necessário, tão deixado ao abando na altura em que...


- Desculpe interromper, gosta do livro que está a ler? - Seguiu-se nova baforada de nicotina.


A pergunta pedia uma resposta. Resposta essa que tardava em sair. Não era a falta de concentração nas palavras que a tardava mas sim o inacreditável ecoar de palavras invasoras que entraravam no canal auditivo e repousavam no meu peito.


- Perdão? - A resposta automatizada mostrara alguma dúvida, mesmo sabendo que pergunta tinha sido perfeitamente perceptivel.


- Perguntava se... - Numa interrupção abruptamente atirada falei:


- Sim...! - as ideias formavam-se e misturavam-se espalhadas pelo "V" do seu decote que dava a liberdade ao aparecimento de uma pequena porção de azul bebé rendilhado - Gosto! Gosto sim! Fala de...


- ...um homem que lutava por trazer para junto de si a esposa que injustamente fora detida numa prisão na América do Sul. - rematou a misteriosa mulher, concluindo ainda com um - Conheço quem escreveu esse livro.


Levantou-se do banco e fez-me sinal que a acompanhasse. Por entre as ruelas de Lisboa, demos com uma pequena livraria, muito familiar, prestes a fechar. Com um sinal silencioso indicou a quem lá estava que se retirasse e fechasse a porta.


Os apertados corredores da livraria levaram-nos a um cheio de pó e alguns rabiscos.


- Volto já, ponha-se à vontade.


Os momentos sozinho deu-me para vasculhar as prateleiras. Folhas normais, rabiscadas, riscadas, rasuradas, esboços, um mundo por acabar ali, à minha mão de semear,


- Fui por-me à vontade.


A imagem era de uma mulher lindissima, na sua mais intima lingerie a vasculhar nas prateleiras, como se procurasse algo de concreto.


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Retira da prateleira um bloco grande de folhas já cansadas do tempo e perto de mim começa a ler o tí­tulo rascunhado. Confrontando com o que tinha na mão, confirmei que era o mesmo. O original estava ali, nas mãos daquela linda mulher.


- Então, conheces Leandro Lage? O autor?


- Lage é o meu apelido, Liliana é o meu nome e Leandro o meu pseudónimo.


Na minha frente, junto a tantas palavras, não encontrei nenhuma que me saí­sse da boca, apenas estiquei o meu exemplar, na tentativa de inconscientemente ter um "Com os melhores cumprimentos L.L.".


Livro atirado ao chão, lábios presos nos meus. Foi um movimento fugaz, impossí­vel de evitar, impossí­vel de não se querer.


O pedacinho de azul bebé rendilhado era agora um facto nas minhas mãos, sorria para mim, apenas impedido por um robe fininho de seda que descaiu dos ombros da minha escritora.


Uns boxers rendilhados marcavam os contornos das pernas dela, uma camisa minha começava a ver-se-lhe os botões a serem desapertados. Os labios dela, agora, contra o meu peito, os meus na cabeça dela, uma respiração a tomar conta de mim, a tomar conta dela, do tempo.


Entre uma mordidela no meu mamilo, desceu até ao cinto que segurava as minhas Levi"s enquanto me deitava para trás numa mesa ocupada por livros imortalmente deitados.


Num gesto, senti-as junto dos joelhos, dos tornozelos, os meus ténis arrancados fora, as calças também.


Eramos duas interrogações e duas afirmações enterradas naqueles corredores literários. Sobre mim e sobre a mesa, deitou-se, senti a barriga na minha, de novo os lábios nos meus. Os seus seios querendo sair e libertarem-se para tocarem no meu peito. Um click por trás das costas e...dois seios hirtos sequiosos por sentir a minha lí­ngua.


A nossa respiração crescia, trémulos de desejo, livros desviados, já não havia palavras, havia gemidos, esgares de prazer.


Deslizou sobre mim e desceu até se encontrar de joelhos frente à mesa castanha. Massajou-me o sexo por cima dos boxers, viu que estava já molhados de vontade. Puxou-os para baixo enquanto os seus olhos me fitavam e colocou-o na boca, num movimento de vai e vem, intensificando a velocidade, o apertar, o lamber enquanto me encontrava naquela boca que antes tinha o cigarro que me atordoava.


Puxou-me para fora da mesa e colocou-se no meu lugar, cotovelos no tampo da mesa,pés no chão, e a visão de um clí­toris bem delineado por debaixo dos boxers azul bebé.


- Vais ficar aí­ parado a olhar para mim?


Aproximei-me, com o dedo intermédio senti o calor vaginal, baixei os boxers e lá estava ela, rosadinha, com um tracinho loiro, húmida, convidativa. Encostei-me a ti, o prepúcio já recolhido, a glande a tocar nos grandes lábios. Liliana mexia a anca, dando sinais de me deixar entrar nela.


Suavemente, como quem folheia um livro, estava dentro da Liliana, o cabelo descaí­a e tocava na mesa, as mãos dela estavam irrigadas de desejo, as minhas seguravam nas suas ancas.


- Mais força! - Gritava


A envolvência tamanha, ve-la levantar, sem nunca nos largarmos. Em pé, agarrada a uma estante qualquer, penetrei-a, tendo sempre a mão junto da sua vagina a fazer de guia, não queriamos perder um só capí­tulo deste romance.


Os seios de Liliana encontaravm-se espalmados nas lombadas empoeiradas. Virei-a, peguei nela ao colo e fomos de encontro à estante que se encontava como testemunha do outro lado do corredor. Liliana gemia, contorcia-se, agarrada à fina tábua da estante.


Um livro cai, outro cai, os movimentos levam ao suí­cidio das palavras, ao renascimento dos grunhidos.


Mais uns passos com ela ao colo, sentei-a na mesa, deitou-se prestes a atingir o orgasmo, a vir-se.


- Vem-te para dentro de mim, vem-te! Quero sentir o teu lí­quido em mim, veeeeeem-te!!!


Os lábios vaginais comprimiam-se, descomprimiam-se. O meu esperma, quente, soltou-se num salto para dentro de Liliana e ela fechou as pernas, apertando-me, não me soltando.


Descaí­ sobre o seu corpo, beijando-lhe os mamilos, acariciando-lhe os seios, afagando o cabelo.


Deslizamos até ao chão envolto de livros caí­dos, de palavras que se queriam aninhar a nós.


Adormecemos juntos e na manhã seguinte, o meu livro desapareceu, dando lugar ao primeiro, original e rasurado livro escrito por Leandro Lage, o pseudónimo de Liliana Lage.


Não houve dedicatória, houve uma troca se sentimentos, de sensações, de prazer.


Muito mais do que o simples prazer de ler um bom livro, é fazer parte dele.


D.C.

*Publicado por Daniel_Portugal no site climaxcontoseroticos.com em 27/01/16.


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